Existe sempre uma comunicação
oculta. Um espaço de silêncio que fala mais do que uma hora de conversa. O
olhar, a emoção e o poder da imagem falam mais que por mil palavras. E por mais
que já houve um dia em que se tenha sonhado em mudar o Mundo, logo percebe que
continuamos sendo como nossos pais, repetindo seus erros e superstições.
Vivemos petrificando um caráter e aceitando como verdade um ponto de vista,
naturalizando um discurso cheio de pontos cegos, de assuntos que não se pode
falar.
O Mundo está cheio desses pontos
cegos na comunicação, de assuntos que é proibido falar, aos quais se cultua
como expressão do poder. A ignorância é uma dadiva dos que pensam ter mais que
os outros, usando seu dinheiro para justificar sua antipatia. Receio dizer mas
existem muitos exemplos no Brasil, como reflexo da cultura machista,
monocrática, hipócrita, neonazista e arcaica preponderante nos estandartes do
poder. Por mais que lutem, as mulheres continuam fazendo o mesmo trabalho que
os homens sem serem reconhecidas por isso.
Os hábitos naturalizados
brasileiros estão tão cheios de determinações regionais, sociais, religiosas,
étnicas, sexuais, ainda tão cheio de preconceito, discriminação e injustiças.
Existe muita mentira se passando por verdade e muita verdade transvestida de
mentira, por isso temos grandes prejuízos e poucos benefícios, mesmo assim,
continuamos varrendo tudo pra debaixo do tapete. Quando finalmente pensamos que
o gigante havia acordado, sobreveio uma sensação esquisita e indigesta de
imobilização da política nacional e muitos retrocessos.
A política não cresce porque não
há espaço para diálogos verdadeiros. Estamos cheios de pontos de ignorância e
transmitimos essa indisposição para o debate apreciando o comodismo de ser
hipócrita numa sociedade capitalista. Finalmente um sonho primitivo de controle
da natureza foi conquistado e com ele muitas doenças, um preço que as futuras
gerações não estão dispostas a pagar. Abrimos as portas para as novidades
globais e temos esquecido das nossas raízes em nossas terras.
O saber tradicional dos povos
antigos, a ancestralidade de nossas terras, as verdades de cada povo. Somente o
amor, e pelo amor a verdade, é que poderemos reestabelecer ambientes de
coerência, justiça e solidariedade. A simplicidade dessas palavras esconde a
dureza de não desistir do amor pelo conforto da ignorância, pela experiência de
participar desse Mundo. Esperamos primeiro a violência para depois uma conversa
franca, os extremistas estão sempre ignorando o que não querem aceitar, por
mais que a verdade brade cada vez mais alto.
Muitas coisas podem ser ignoradas
como temos visto e existe somente uma coisa que não pode ser detida, o tempo
que acaba de passar e com ele mais um lapso de sua vida enquanto lê esse texto.
Precisamos de muito pouco para ser feliz, menos ainda para amar, quem sabe até
não seja preciso fazer nada para aceitar a nós mesmos, nossas diferenças e amar
uns aos outros, igualmente. Mais uma vez as palavras escondem o que quero dizer
- talvez só o tempo possa mostrar o poder e o desafio que é não desistir do amor
e assim encontrar a verdade.
Já temos muita tecnologia,
conseguimos fazer clones, conhecer o espaço, prolongar a saúde, melhorar o que
fazemos para sobreviver, mas agora estamos carentes de significado para a vida.
Precisamos entender a revolução do amor para saltar a próxima evolução de
nossas vidas. Sem perder a consciência do que somos, não precisamos parecer
outra coisa para encontrar o que queremos. O Brasil é dono de uma diversidade
indescritível e igualmente capaz de respeitar e deixar de tolerar o que não
para de ignorar.
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