Funcionamos como uma esponja que
suga toda água que esta por perto. Interpretamos e lidamos com o mundo da forma
como nos ensinam a fazer. Analisamos e nos planejamos baseados nas formas que
nos moldaram a pensar e interpretar. Dessa forma, acabamos nos esquecendo de
quem somos, de ser quem realmente somos, abrindo espaço para uma verdade
mentirosa.
As Universidades se tornaram o
canal de formação dos profissionais, onde somos forçados a abrir mão do que
sabemos, para incorporar o que está escrito nos livros. De nada importa nossas
experiências, nossa intuição, nossa história como ser humano. Somos preparados
para ser uma engrenagem do sistema, que continua reproduzindo as desigualdades
sociais, as pobrezas e a existência das minorias. Esse processo de preparo tende
a nos distanciar de quem realmente somos.
Os meios acadêmicos deixaram de
ser científicos, abandonamos a paixão pelo conhecimento em troca de ocupar uma função
profissional que já existe. Não há tempo para dúvidas que desviem do que
precisa ser ensinado, tudo que não colabora para a absorção das novas técnicas
está fora do alcance da ciência do capital.
Mais forte que os equívocos culturais
passados pela família de geração em geração, é o poder que a formação da
Universidade têm de nos tornar seres sem consciência do que fazemos parte.
Ocultando a verdadeira função da vida que é se sentir pleno e realizado. Toda a
educação se molda pela propriedade, e a Universidade desconstrói as pessoas
para ser recipientes capazes de dar continuidade a preservação e
desenvolvimento dessa concepção mercadológica que a vida começa a ter.
Vivemos em torno da construção de
uma carreira. De construir nossa própria marca sobre esse mundo, ajudando a
desenvolver novas formas de propriedade. As emoções e sentidos mais profundos
da vida são reduzidos e banalizados em prol de algo que parece maior que nós
mesmos, mas que não é verdade. Continuamos a construir esfinges, sacrificando
milhares de vidas, para deixar legados de nossa existência.
Já fomos engolidos pelos nossos
próprios sonhos e desejos. Os espaços que deveriam fazer florescer o gosto pela
vida e pela descoberta, já traz respostas prontas para serem executadas. Um
ambiente onde quem ensina não tem interesse de oferecer algo mais que não
esteja nos livros. Os únicos exemplos de profissionais bem sucedidos, remetem a
pessoas que se tornaram egoístas, cansados de descobrir os segredos da vida,
vencidos pelo desejo de apenas ter mais e mais.
Ainda há chance de ser pessoa num
mundo de indivíduos. Contudo essa resposta não está nos livros, nem é segredo
da cabeça dos mais estudiosos. As respostas já estão em si mesmo. Numa percepção
da vida muito particular e única, ao mesmo tempo em que é universal e cheia de
amor. Mesmo com todas as discordâncias que possamos encontrar e do quanto
possamos ser chamados de loucos. É necessário discordar ainda que tarde,
desconcertando o jeito capitalista como nos educam.
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