quinta-feira, julho 22

Ainda estou pensando.

Estive pensando em você. No seu quase sotaque. Nesse corpo bonito e perfeito que você tem. Seu jeito especial me impressiona. Gostaria de me apaixonar por ti. Pensar que sem tu não sou nada e viajar em frases melancólicas e sem sentido.

Você pensa em como seria se nós nos amassemos? Isso já lhe ocorreu? Vai saber... Ainda não sei ler mentes, nem desvendar pensamentos pelos seus atos. Saiba que eu penso muito nisso tudo. Em te ver todos os dias, poder te ligar e solicitar palavras que preciso ouvir.

Imagino loucuras quando você me olha dessa forma. Tardes quentes, noites frias, não importa. Eu sempre te quero. Teus olhos não mentem. Sei traduzir de qualquer Mundo os códigos do olho. Só não entendo quando você se paralisa, estabiliza e vira pra lado.

Sonhei em estar te tocando. Meu corpo se arrepiou todo. Mas não era sentimento. Era razão em detrimento do prazer. Sussurros, gemidos. Era o áudio de nosso contato. Pensei nas loucuras que acumulei, afinal, era hora de executa-lãs.

Notei nesse sonho que seu coração, órgão do interior humano, estava acelerado, como que sofrendo. Sua cor, seu calor, sua pele. Estava tudo em contato e rente a mim. Respirava e não sentia o odor do ambiente. Não foi nada brusco ou nebuloso, mas calmo e vagaroso. Pelo calor do sol acordei, não quis voltar a sonhar.

Mesmo sem querer imaginar-te em sonho, pensei logo algo de ti: - Te prefiro de roupa. Até pelos menos não estarmos juntos. Quando seu corpo esta nu, fica sem muito mistério, já que o vejo sem muita ansia. Com roupa, tenho vontade de ver o que já imagino perfeitamente como seja.

Penso se pessoas como você não se cansam de ser sexy. Me parece que mesmo sem querer tu és assim... Quente! Há meu amor, se em noites frias pudesse te ter, chegaríamos perto do verão. Só que agora eu tenho de voltar. Sim. O Mundo, a realidade me chama. Agora mesmo me percebo sendo levado pelo vento, me afastando de ti.

Pronto! Retornei ao status atual.

quinta-feira, julho 8

Miguel encontrou algumas respostas.

Nossa! Quem diria. Aquela porra de moleque pôde saber de algo. Parece dom de Deus. Bom de mais. Miguel Silva de alguma coisa, agora tem consciência da realidade. Coisa de 21 anos de existência e facção social, Silva de mais alguma coisa, sabe.

Tua mãe e pai, ele sabe, não lhe gostam por acaso, é dever deles isso. Dinheiro é pois importante, o capitalismo assim exige. Meninas e meninos são bons de cama. A modernidade chegou. Ter um bom emprego é essencial. Aparência boa, coisa muita da importante, ajuda na construção da Sociedade de hoje e sempre.

Crescer, gostar de azul, não se depilar e falar grosso é masculino. Delicadeza, respeito, verdade e sinceridade devem ser dosados. Capital é social e físico. Pobre é ruim, pouco é ruim. Tudo do bom e do melhor.

Quando se faz as coisas escondido Deus não vê. Pode ser o que se quiser, pagando... Não ter filhos, nem casar, não ter um emprego bom e ser diferente é perigoso. Seu pai só paga se for um curso que preste. Moda, hum... isso num é curso de homem não.

Os índios e criminosos nem sempre são os vilões da História. Os negros não fedem nem muito menos são preguiçosos ou vagabundos. Homossexuais são gente boa sim! Bi então, são gente como qualquer outra.

Se o ônibus não é bom. Se tem gente no semáforo, se a vida é difícil, se não tem emprego. Falta coisas que prestam na TV, dinheiro é difícil, essas e outras mazelas do sistema - pensa só - não são culpa dos burgueses, e sim dos políticos. É quase tudo culpa da tal Política de Aristóteles - assim pensa Miguel.

Miguel, o pobre branco da Silva, nascido num lugar não bom. Pai de nada. Amigo de ninguém. Despertou e logo voltou a dormir. E agora José? Depois de se perguntar o que iria fazer se viu sem muitas opções boas e prazerosas. Virou pro lado e voltou a dormir.

Com insônia ele andou e descobriu mais verdades...

Viage mais em:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...