domingo, maio 30

Meu Nome é Elizaeth.

Costumo ser o cerimonial do rock, vestir-me como se o couro fosse minha pele. Toco bateria com ímpeto de loucura. Minha pele de neve parece morta. Os dias e as noites são tempos em que só se muda os números das horas. Acredito no emanar da ciência talvez na concupiscência da carne. Fazenda e cidade são apenas ambientes diferentes, um é totalmente cheio de construções o outro não.

Quando era criança me diziam: - Você é feia! Hoje sou top model internacional.

Acredito no dilema de que o dinheiro é conseqüência, e riqueza é conseqüência de dinheiro. Morte por amor é a única coisa pela qual vale a pena morrer. Viajo sem ter nada pra perder. Depois de um dia vem outro e depois outro, depois de 364 é um ano cristão capitalista.

Milito pelo que gosto. Eu mesma. Ainda bem que existem pausas em tudo, senão morreria naquela noite de lua cheia. Meus cabelos ruivos, cor de sangue, com minha carne pálida do frio não seriam bem vindas no inferno.

Ainda bem que não vivo por um objetivo. Possivelmente estaria neurótica hoje, sou possessiva de momentos únicos, não de seres ou coisas. Outro ponto bom em mim... Faço tudo com o ímpeto de que faltam aqueles instantes para o mundo acabar. Aquele poderia ser meu ultimo trabalho.

Mamãe sempre dizia: - Menina louca. Ela morreu ontem a noite. Mandei um cartão de feliz natal ano passado, papai me retornou perguntando se já tinha depositado algum na conta dele. Pedro, não sei como, seguiu caminho diferente de todos nós, ele hoje advoga. Mora em Nova Yorque. Somos uma família boa.

Depois de me levantar dessa cadeira almofadada de couro brilhante, vou ler meu romance. Passei o dia querendo saber se o índio Peri de José de Alencar vai morrer tentando proteger a menina dos cabelos amarelos chamada Cecília.

2 comentários:

João Damasio disse...

Adenevaaaaaaaldo do céu, rsrs.

Seus textos estão cada vez melhores. E o que é este conto? Isto é diferente, isto é obra prima cara.
Além disto seu vocabulário tem se enriquecido bastante.

Parabéns!

Unknown disse...

Vibro só de pensar que tenho amigos tão inteligentes e brilhantes! Obrigado pelo que li! Bem que o João já havia me alertado, o conto é muito bom! Parabéns sempre!

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