De repente, deixei de ser especial
Me tornei e reconheci como mais um
Cheio de ideias que não são minhas
Utopias que apenas escolhi acreditar
Deixei de me perceber exclusivo
Assim, desse jeito, pensando o que penso
Porque antes de saber o que sei, tudo era único
Os sonhos que tive durante a infância
As vontades da adolescência juvenil
Recorrentes fantasias e hábitos
Minhas experiências comuns
São apenas parte de um todo comum
Coisas pelas quais todo mundo passa
Dores que não são só minhas
Fracassos e vitórias que nunca são individuais
E meu corpo não é o último
Nesse eu tão previsível dentro desse meio
Vivendo um passado repetido
Correndo para descansar
Da minha história a única coisa que posso contar
São as feituras que ajudei a de alguma forma recriar
As pequenas e insubstituíveis colaborações que dei
Todas as mesmas coisas comuns que repeti ou não de forma
incomum
E desfeito meu castelo de vento e projeções
A vida começou a fazer mais sentido
Meus pesos foram condensados
À ininteligível história humana
À parte da natureza que me obriga ser quem sou
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