segunda-feira, abril 13

A Universidade e a Desconstrução dos Sujeitos



Funcionamos como uma esponja que suga toda água que esta por perto. Interpretamos e lidamos com o mundo da forma como nos ensinam a fazer. Analisamos e nos planejamos baseados nas formas que nos moldaram a pensar e interpretar. Dessa forma, acabamos nos esquecendo de quem somos, de ser quem realmente somos, abrindo espaço para uma verdade mentirosa.

As Universidades se tornaram o canal de formação dos profissionais, onde somos forçados a abrir mão do que sabemos, para incorporar o que está escrito nos livros. De nada importa nossas experiências, nossa intuição, nossa história como ser humano. Somos preparados para ser uma engrenagem do sistema, que continua reproduzindo as desigualdades sociais, as pobrezas e a existência das minorias. Esse processo de preparo tende a nos distanciar de quem realmente somos.

Os meios acadêmicos deixaram de ser científicos, abandonamos a paixão pelo conhecimento em troca de ocupar uma função profissional que já existe. Não há tempo para dúvidas que desviem do que precisa ser ensinado, tudo que não colabora para a absorção das novas técnicas está fora do alcance da ciência do capital.

Mais forte que os equívocos culturais passados pela família de geração em geração, é o poder que a formação da Universidade têm de nos tornar seres sem consciência do que fazemos parte. Ocultando a verdadeira função da vida que é se sentir pleno e realizado. Toda a educação se molda pela propriedade, e a Universidade desconstrói as pessoas para ser recipientes capazes de dar continuidade a preservação e desenvolvimento dessa concepção mercadológica que a vida começa a ter.

Vivemos em torno da construção de uma carreira. De construir nossa própria marca sobre esse mundo, ajudando a desenvolver novas formas de propriedade. As emoções e sentidos mais profundos da vida são reduzidos e banalizados em prol de algo que parece maior que nós mesmos, mas que não é verdade. Continuamos a construir esfinges, sacrificando milhares de vidas, para deixar legados de nossa existência.  

Já fomos engolidos pelos nossos próprios sonhos e desejos. Os espaços que deveriam fazer florescer o gosto pela vida e pela descoberta, já traz respostas prontas para serem executadas. Um ambiente onde quem ensina não tem interesse de oferecer algo mais que não esteja nos livros. Os únicos exemplos de profissionais bem sucedidos, remetem a pessoas que se tornaram egoístas, cansados de descobrir os segredos da vida, vencidos pelo desejo de apenas ter mais e mais.   


Ainda há chance de ser pessoa num mundo de indivíduos. Contudo essa resposta não está nos livros, nem é segredo da cabeça dos mais estudiosos. As respostas já estão em si mesmo. Numa percepção da vida muito particular e única, ao mesmo tempo em que é universal e cheia de amor. Mesmo com todas as discordâncias que possamos encontrar e do quanto possamos ser chamados de loucos. É necessário discordar ainda que tarde, desconcertando o jeito capitalista como nos educam. 

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