sábado, março 16

Inalteráveis Sentimentos Humanos


Nós, os seres humanos, existimos há tanto tempo, e permanecemos sempre com as mesmas carências. Sempre em busca de um amor perfeito, de uma boa vida. De encontrar um sentido para a vida, uma justificativa para a existência. Acho que pouca gente se dá conta, mas em toda parte do mundo as pessoas buscam as mesmas coisas, de formas diferentes.
 
Em se tratando de “gente”, muda-se o idioma, a cultura, o clima, mas não se altera o sentimento de busca, de estancar a insatisfação humana. Todas as pessoas que conheço vivem com um sonho, com um objetivo nas mãos e na cabeça. Sempre em busca das mesmas coisas, mas seguindo caminhos diferentes.
 
Não é a toa que as pessoas sentem as mesmas coisas quando veem um filme ou ouvem uma música. Pessoas de todo o mundo, independente de qualquer diferença, sentem e pensam as mesmas coisas, muitas vezes sem entender, apenas sentem. E é natural que todos tenham as mesmas sensações. É como um cordão umbilical que nos conecta com outras pessoas, que permite se sentir semelhante ao outro, e se entregar, na medida em que a afinidade aumenta.
 
Eu posso perceber isso quando viajo, quero dizer, as pessoas são muito parecidas. Dias atrás tive a oportunidade de conhecer um palestino e mesmo que eu não pudesse falar seu idioma, pude saber o que se passava em sua mente observando o movimento de seus olhos. Os olhos não mentem e todas as pessoas parecem reagir da mesma forma olhando pro mesmo lado, quando sentem a mesma coisa.
 
O amor é universal, e é uma das semelhanças que acomete a todos nós, seres humanos mortais com pouco tempo de vida. A raiva, a esperança, o pudor, o medo, são todos sentimentos comuns a todos nós. E é fácil perceber essas emoções em qualquer pessoa, mesmo que não seja possível falar sua língua, ou saber de sua história de vida.
 
Há uma conexão humana, uma forma única de sentir e pensar que é comum a todas as pessoas. Isso que nos une, que nos permite entender, ser sensível ao mundo e a vida de outras pessoas. Se não tivéssemos essa qualidade de se identificar com o outro, certamente já não seriamos humanos.

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