O primeiro clone que se tem
notícia aconteceu no ano de 1997 da conhecida ovelha Dolly. De lá para cá a ciência se desenvolveu de
forma acelerada. “ Em 2006, o cientista Severino Antinori declarou, a despeito
de todas as discussões éticas e legais, ter feito três clones humanos em 2003
que, segundo ele, viviam muito bem no Leste Europeu. A notícia chocou o mundo e
levou muita gente a considerar a realidade desses indivíduos, cópias genéticas
exatas de uma matriz desconhecida para eles. ”[1]
A série de televisão canadense
Orphan Black, que significa numa tradução aproximada para o português algo como
“Órfão Desconhecido”, explora as hipóteses mirabolantes em torno da clonagem
humana. A estória gira em torno de um laboratório que teria criado clones
humanos com propósitos experimentais e comerciais.
A trama inicia quando Sarah
Manning assume a identidade de outra pessoa, idêntica a ela, que comete
suicídio saltando na frente de um trem enquanto ela passava. Inicialmente Sarah
pretendia resolver seus problemas financeiros e despistar o namorado violento,
para então retornar a sua antiga identidade, mas começa a se dar conta de um
mistério muito maior quando encontra outros clones iguais a ela.
A identidade assumida por Sarah
pertencia a detetive de polícia Elizabeth Childs, antes de cometer suicídio ela
conheceu outros clones e passou a investigar a conspiração. Aos poucos Sarah
começa a entender parte dos problemas que Beth (Elizabeth) estava passando e
toda a importância de saber tudo o que ela já havia descoberto. Informações que
poderiam inclusive ter ligação com seu suicídio quando se jogou na frente de um
trem.
Na segunda temporada, a filha de
Sarah, Kira, termina desaparecendo o que dá início a uma corrida de Sarah,
ainda usando a identidade de Beth, para encontrá-la. Durante essa aventura, aos
poucos outros clones começam a surgir revelando segredos ocultos. Aos poucos
Sarah se vê em meio a outras pessoas clones idênticas, mas com identidades e
particularidades totalmente diferentes. Neste momento ainda existem poucas
explicações e a a trama começa a apresentar maior complexidade e atrair o
interesse do espectador.
O roteiro é bastante intenso e
mistura dois elementos centrais: informações e conhecimentos científicos sobre
clonagem humana e os dilemas da natureza humana em relação ao bem e ao mal. Problemas
recorrentes em todas as culturas quando se trata das relações familiares, do
comportamento pelo dinheiro, pelo poder e os vícios. A série também aborda
questões como sexualidade, diversidades humanas e conspirações científicas com
aspirações econômicas.
O programa já está na quarta
temporada e tem como protagonista a atriz canadense Tatiana Maslany que
interpreta mais de 10 personagens, todos clones de uma mesma pessoa. Esse é um
dos aspectos que mais chama a atenção, ou seja, como uma única atriz é capaz de
assumir papeis tão diversos no jeito de falar, se vestir e se comportar. Ao
mesmo tempo em que chama a atenção pela variação de clones que só aumenta com o
decorrer do show, a terceira e a quarta mudam o foco para questões mais
particulares como os dilemas pessoais que cada personagem passa com o decorrer
da trama.