segunda-feira, agosto 29

Viver é Imprevisível




Eu não posso só gostar?
Sem ter medo do que pode acontecer?
Não dá pra viver sem expectativas?
Sem pensar se eu tenho de concordar?

Viver questionando o que não aprendi a respeitar
Respeitando o que não aprendi a questionar
Implicando com o que não consigo mudar
Tentando mudar o que deveria permanecer

Porque simplesmente não aceitamos as coisas do jeito que são?
Será que a vida teria mais sentido se fosse diferente?
Porque temos tanto que complicar as coisas?
Será que nunca encontraremos uma solução?

Passamos a vida toda reclamando e buscando
Sem perceber que o fim só nos leva de volta ao começo
Demorando tempo de mais pra se dar conta
Que o tempo passa, nada é eterno

Será que não dava só pra deixar passar?
Sem ter medo de não saber?
Será que poderíamos evitar esses erros tão previsíveis?
Sem ter que começar a planejar?

Sem se preocupar com a solução de problemas que não existem
Criando explicações para o que não podemos sentir ou viver
Desperdiçando tempo com dúvidas estúpidas
Sempre se afogando no raso e
Morrendo com sede de água

segunda-feira, agosto 15

Surrealismo


A Revista Omni (1978-1995) foi uma revista de ciência e ficção científica publicada nos EUA e no Reino Unido. Ela continha artigos sobre ciência, parapsicologia, ficção científica e fantasia. 

As colagens digitais foram feitas por Ayham Jabr com materiais publicados pela revista.









segunda-feira, agosto 1

O que Significa ser Gay



 
Incrivelmente o significado das palavras continua em disputa. Mesmo que regularmente o vocabulário atualize expressões e palavras, o significado que certas palavras adquirem no sentido prático é constantemente utilizado com mais de um objetivo, demonstrando uma tentativa de distorção e o jogo de poder existente sobre algumas palavras. Essa distorção e a capacidade mutante que certas palavras adquirem com o passar do tempo, demonstra entre outras coisas, os conflitos e as competições ideológicas que tem tentado dominar a opinião pública.

Dessa forma, tem crescido de forma assustadora o emprego errado, supostamente conotativo, ligado a algum sentido depreciativo, que a palavra gay tem adquirido. Além da histórica negação e invisibilidade que a homossexualidade teve e continua tendo, em razão do preconceito assombrado pela religião, existem diversas práticas negatórias preconcebidas, cativadas como traço cultural. Os interesses comerciais e políticos se aproveitam dessa segregação, fragmentando e alimentando ainda mais o estereotipo do homossexual dentro da sociedade e influenciando pessoas principalmente através da mídia.

O resultado mais direto de toda essa corrida pela desqualificação, de uma característica natural no ser humano e diversas outras espécies vivas, é a completa distorção sobre quem são ou como deveriam ser as pessoas homossexuais. Espaços segregacionistas que estipulam ambientes destinados a convivência de quem não se encaixa. Contudo, numa tentativa de origem ainda incerta de mudar essa concepção determinista sobre quem são as pessoas homossexuais, é que o termo gay ganhou destaque.

Talvez pelas diversas conotações que lembram um comportamento alegre, de vivacidade, associado a pessoas assim, é que o termo gay é geralmente usado com o mesmo significado de homossexual. Em comparação com a repressão observada em determinados lugares e em tempos remotos, a coerção e marginalização de pessoas gays na atualidade do início do século XXI, diminuiu bastante, mas ainda está muito distante de uma atenção realmente coerente com a realidade presenciada na sociedade.

Muitas pessoas gays não querem se quer serem identificadas. A maioria não se sente segura admitindo suas preferências ou experiências de vida, com medo da exclusão ainda praticada e repetida em muitos círculos sociais. Vivemos num momento histórico em que ainda é colocado como opção, ou simplesmente como rebeldia inócua, a identificação gay, sem que se tenha consideração por toda a história, e seja realmente exercitado o sentido humanitário e racional das religiões ou buscado pela política.

Por algum motivo aparentemente imperceptível, cresce também um tipo de concordância em relação às práticas normais para cada grupo. Como se fosse possível escalonar e preconceber comportamentos íntimos e de amor, observados na história humana, de forma dada ou prefixada ou determinada antes mesmo de atingir consciência de si ou do outro. Existem muitos sentidos sendo agregados a palavra gay, fazendo perder sua originalidade que remete a um espírito integrador de relações homo afetivas e sexuais na sociedade.

Não é preciso que só as pessoas gays lutem por um sentido libertador e digno para a palavra, mas que todas as pessoas sejam capazes de compreender o necessário respeito (Muito mais que tolerância) a essa realidade que sempre esteve presente, mas sempre em situação de invisibilidade. Existe todo um universo desconhecido que quebra totalmente as concepções morais de gênero e sexualidade, demonstrando que existe muito mais elementos identitários que são ignorados e marginalizados. Sem ser capaz de estabelecer pontes com o diferente, a sociedade caminha para uma vontade padronizadora que violenta e submete o que ela não entende.

Existem gays de todas as cores, em todas as profissões, de vários jeitos, não dá para chegar em algum consenso sobre quem são ou como deveriam ser, são apenas pessoas tentando ser felizes. E ainda que a sociedade permaneça ignorando um tratamento justo e digno a essas pessoas, isso não vai fazer cessar a importância e relevância do assunto para uma sociedade fraterna, igualitária e solidária. É preciso cada vez mais resistir ao conceito que é enfiado goela abaixo sobre pessoas e pessoas gays, a vida não cabe numa salada de letrinhas com significados claramente definidos.             

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