sábado, abril 16

Helix




Você gosta de ficção científica? Então não pode deixar de assistir a série Helix. Lançada originalmente na TV americana em 2014, a série conta com duas temporadas. O enredo se desenvolve em torno da grande empresa multinacional ILARIA, que desenvolve experimentos biológicos em busca de armas bioquímicas e suas respectivas curas. Em geral, visando fins comerciais, interesses políticos e econômicos de governos e corporações.

A primeira temporada se passa no Ártico, onde o Dr. Hiroshi Hatake, misterioso cientista chefe, é responsável pela criação de um vírus que torna seres humanos em mutantes. Sua ação no organismo altera as atividades cerebral e física, propagando-se através da ingestão de uma espessa substância produzida na garganta de seus hospedeiros. Ocorre que depois de um surto do chamado vírus Narvik e consequente epidemia na base de pesquisa no meio do gelo, o Centro de Controle de Doenças (CDC) entra em ação para controle e tratamento do vírus.

Com o decorrer da estória, diversos segredos envolvendo os personagens principais vão sendo revelados aumentando o suspense e mudando o desenrolar da trama. Talvez uma das características intrigantes é a de que não existe um protagonista na série, a revelação de interesses ocultos termina envolvendo a história de um personagem que acaba tendo continuidade com a de outro, e assim sucessivamente. No final da primeira temporada, um dos principais segredos vem à tona, revelando a existência de uma ordem secreta composta por imortais de olhos platinados que são os responsáveis pelas pesquisas e experimentos científicos produzidos pela ILARIA.

Já a segunda temporada, lançada em 2015, tem um enredo bastante diferente da primeira, demonstrando se tratar de uma nova série praticamente. A história se passa numa ilha isolada onde aparentemente uma inocente comunidade de produtores rurais plantam maçãs e produzem mel silvestre. Com grande parte do elenco da primeira temporada, começa com o cientista Dr. Alan Farragut (Chefe de CDC), tentando se infiltrar na citada comunidade. Dessa vez, a série também inovou criando flashbacks e que, como já é característico, aos poucos, vão se revelando outros detalhes acerca das reais intenções da ILARIA de criar condições para a imortalidade.  

Nesse segundo momento, o enredo principal gira em torno do imortal e psicopata Caleb que estimula a existência de uma seita com preceitos religiosos em torno do poder curativo e revolucionário das plantas, contudo, atrás da pacata sensação de fraternidade e solidariedade rural, esconde-se uma cruel e sanguinária realidade onde se replica o desenvolvimento de experimentos biológicos e científicos sobre reprodução humana e produção de alimentos geneticamente modificados. Talvez um dos aspectos mais contundentes seja que todos os habitantes da ilha são filhos do próprio Caleb, que os usa como cobaias de seus experimentos.

Pode ser que para alguns se trate de um conteúdo que possa exigir um certo grau de comprometimento e interesse de seus espectadores. O excesso de pirotecnia científica pode chamar a atenção para a criatividade e constante ar de suspense, mas tende também a espetacularizar em certas cenas. É a típica teoria da conspiração que trabalha com uma sensação já bastante presente no imaginário comum, de que exista corporações multinacionais desenvolvendo armas bioquímicas para uso militar e político. Mesmo assim, para os apaixonados por ficção científica a série não deixa a desejar pelas suposições e revelações científicas e seus possíveis conflitos sociais e éticos.    

Os produtores executivos de Helix são Ronald D. Moore, Lynda Obst, Steven Maeda e Cameron Porsandeh, com Maeda servindo como showrunner do dia-a-dia. A primeira temporada conta com 13 episódios de 40 a 60 minutos cada. A segunda temporada também com 13 episódios e com o mesmo time nos episódios. Devido à baixa audiência o canal SyFy decidiu não encomendar a terceira temporada. Referências da Wikipedia.
     

domingo, abril 10

Arte Pop


Interspersão

Grande Fumante Reclinada

Retrato de Mulher

Jovem Mulher Sorrindo

O Mordomo

Homem e Mulher

Contemporâneo pintor americano, George Condo trabalhou para Andy Warhol, e atualmente projeta álbuns de Kanye West e bolsas para Kim Kardashian. Recentemente teve uma experiência de quase morte durante uma visita a Berlim. Seu trabalho se concentra nos arquétipos do cotidiano como banqueiros, mordomos, alcoólatras, prostitutas e outros, utilizando formas e expressões criativas e/ou inimagináveis. O próprio Condo já chegou a declarar que muitos de seus trabalhos são assustadores e foram feitos em meio a alucinações que teve. O jornal The New York Times já chegou a compará-lo com Pablo Picasso, distinguindo-se pelo excessivo uso da imaginação durante a criação de suas peças. Fonte do texto: The Gardian. 

sexta-feira, abril 1

Heteronormatividade




 
Uma palavra nova para descrever uma ordem de comportamento masculino bastante velha, porque não dizer, do machismo em si. Poderia ser que as maiores prejudicadas fossem as mulheres, que padecem com a ignorância e o preconceito dos homens à sua volta. Mas isso começa muito antes, desde o nascimento o destino dos homens é traçado e contra isso não há o que discordar, pela ordem natural, como os religiosos gostam de dizer, não se pode mudar o que está e existe como homem. Junto com essa designação de ser homem surgem obrigações, vocabulários e posturas a serem cumpridas sem questionar seu resultado e o antropocentrismo no seu sentido mais sexista.

Fato é que a sociedade é criada para e com os homens, mas ser Homem nessa sociedade não significa apenas ter pênis. Não gosto das literaturas de linguagem corporal, porque em geral tendem a naturalizar comportamentos e posturas oligárquicas, como se todo homem fosse igual. O discurso de que os homens são o centro do mundo peca por desconsiderar que a maioria dos homens não chegam nem perto do ideal de perfeição perseguido pelas instituições. Nós homens, não somos iguais em nada, a não ser pelas mesmas feições corporais que dizem que nós somos homens.

Existe uma diversidade e uma pluralidade de homens e comportamentos masculinos muito maior que se possa constatar prestando atenção nas definições de homem vendido e empurrado goela abaixo. Se as mulheres sofrem com o machismo, primeiro sofrem os próprios homens, que antes de saber quem são, passam por uma lobotomia moral de obrigações do homem dentro da sociedade. Grande parte dos homens vivem à margem de como deveriam ser os homens, são pessoas invisíveis, vistos como se fossem bonecos espalhados pelo corredor, por não concordar ou deixar de viver conforme dita a civilidade.

Aos poucos o machismo começa a ser revisto e toda sua estrutura despercebida se torna visível, as violações cotidianas começam a ser questionadas e vagarosamente desconstruídas. Junto deveríamos discutir porque os homens agem como agem, o que acontece na educação dos meninos que os torna tão sexistas e indulgentes em relação às mulheres. Porque homens diferentes são invisíveis. Que conceito é esse do homem ideal que aparece nos sonhos e ilusões coloridas retrovivenciadas na sociedade. Porque esses romantismos filosóficos e estéticos da Roma e Grécia Antiga são ainda um ideal perseguido por uma sociedade doente como a nossa.

[Quem sabe os movimentos feministas que lutam não apenas pela igualdade das mulheres, mas dos homens e mulheres, possa discutir esses aspectos, sem ser preciso criar um outro grupo para fazer essa reflexão]

Existem belos exemplos de sociedades em que mulheres e homens viviam de forma consensual, sem distinções trabalhistas, civis e intelectuais. Em geral, sociedade antigas que não existem mais, a não ser por registros históricos, e que viviam em pequenas aldeias e comunidades. E porque é que ainda hoje, quando existe informação e tecnologia o suficiente para construir um mundo mais justo e solidário continuamos encalhados em paradigmas e tabus, expandindo indústrias do entretenimento, da agricultura e de laboratórios e chamando isso de desenvolvimento? O homem tem falhado consigo mesmo, com seus irmãos e irmãs e com a natureza.

Primeiro o homem foi obrigado a se chocar consigo mesmo, depois com o seu próximo, depois com o seu igual, e finalmente com o mundo exterior. O machismo e sua ideologia permeada junto do mercantilismo foi um grande impulso na formação da civilização e estruturação da formação da família, da educação e do patriarcalismo. A verdade é que nos tornamos vítimas das próprias vontades e interesses, agora o Mundo e a própria sociedade começa a dar sinais dos seus limites. Sem uma mudança profunda esse sistema continuará existindo, mudando apenas de roupagem e se alimentando das nossas forças criativas e inovadoras, causando nosso próprio martírio e sofrimento.

As categorias espirituais pregam: é bom que os homens sofram, padeçam e sintam a dor que o Mundo transmite, para poder refletir sobre suas ações, seus pensamentos, suas vontades e seu caráter. Só assim saberá que força está alimentando. Qual lobo dentro de você vai vencer? O bom ou o mal? Esse pode ser um bom caminho em busca do descondicionamento e da sua verdade, mas o sofrimento é sempre uma opção e hoje partindo de faculdades mentais, podemos simplesmente abrir os canais do coração para a sensibilidade, inteligência e solidariedade, trocando de lugar antigas concepções por novas constatações mais justas, fraternas e sem sofrimento.

Uma decisão individual é capaz de fazer muita diferença em nossa sociedade, o conjunto de decisões individuais em torno do mesmo propósito é capaz de provocar inúmeras outras mudanças. Esse poder de transformação individual, e simultaneamente coletiva, precisa ser usado para bons propósitos e quem sabe com esse novo exemplo seja possível parar de reproduzir essa selvageria urbanizada que antes encontrávamos nas lutas por sobrevivência na selva e começar a compartilhar as riquezas. Se de alguma forma a violência continua existindo, significa que de alguma forma continuamos caminhando para trás.
             

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