A cada gorfada de fumaça
Sai pra fora toda minha raiva e ódio
Meu pensamento voa
Raciocina, analisa
O coração bate forte
Numa disparada esquisita
Mas tudo em vão
São sentimentos
Escondidos
Amaldiçoados
Perdidos, carentes de atenção
Num deserto cemitério de recentes cadáveres
Que ficaram encostados no caminho
De toda essa injustiça
De toda essa podridão
Que me assola
Que nos assola
Vontade de gritar
Até o vidro rachar
Pra ser ouvido
E ser entendido
De negar toda essa caretice
Bradar que eu não faço parte!
Dessa guerra civil
De procriar uma sociedade injusta
Negadora da verdade
Amadora da perfeição
Que mesmo nas noites escuras
Eu posso lembrar da minha consciência
E receber o descanso dado a quem vive o que é
O sono dos justos