quinta-feira, março 19

‘A paz que eu não quero conservar’*



Vivemos uma guerra da informação. Várias lutas já se consolidaram pela democratização dos meios de comunicação. Por uma mídia livre, por novas leis regulatórias e mais próximas do que realmente alcança a opinião pública. Os atuais meios de comunicação publicam opiniões sobre fatos. Um ciclo que se resume a imprimir padrões de análise falaciosos sobre as reais notícias.

As últimas informações correntes dão conta de que os Estados Unidos, por meio da NSA, monitora presidentes da América Latina e de outras várias partes do mundo. Investigam ligações, informações pessoais dos presidentes e notícias que valem milhões no mercado econômico. Por exemplo, a notícia de que uma empresa vai ter falência decretada pode valer milhões e levar incontáveis pessoas a sacar seus proveitos antes.

A petrolífera brasileira Petrobras também é alvo de espionagem, assim como outras várias grandes empresas. Informações que podem desencadear reações inesperadas de todas as partes. Muitas dessas informações provavelmente subsidiam estratégias políticas de controle econômico para promoção de cartéis velados.

Essa conduta de controle em nome da ‘segurança’ coage cada vez mais expressões públicas e cria uma ditadura digital. Mensagens privadas, localização e hábitos pessoais se tornaram uma forma de controle pelas empresas que cada vez mais comercializam informações pessoais. Os navegadores mais populares se tornaram um programa que grava hábitos e conteúdos pessoais. Uma gestora da Google chegou a afirmar que é possível dizer o que exatamente você poderia estar fazendo ou pensando agora.

Todos os sistemas se integraram formando um espectro de controle sobre cada um de nós. As redes sociais se misturaram com a vida real, os bancos se fundiram com agências aéreas, universidades, indústrias e hoje financiam grande parte das candidaturas políticas em várias partes do mundo. A Economia Verde bate à porta e promete capitalizar de vez o acesso a recursos naturais básicos, como a água por exemplo.  

A pretexto de combater malfeitores os governos causaram a ditadura velada, o politicamente correto e o ser humano normal. Os meios de entretenimento e os canais de televisão já são tidos como outra dimensão da realidade, mas mesmo com esse ar de fantasia muitas pessoas são controladas pela falta de opção. As hegemonias do capital estão cada vez mais unidas, fortalecendo cada vez mais uma lógica irracional de consumo e alienação política.  
* Trecho de Minha Alma - O Rappa / Marcelo Yuka

     

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