Todos nós temos pensamentos e
tentar mudá-los pode ser um desafio difícil de vencer. Idéias podem ser
analisadas como sendo semelhantes a árvores que nascem e se enraízam com o
tempo. Logo florescem e se não forem regadas ou tiver a quantidade de sol
necessário podem morrer.
As idéias são formas de ver e
aceitar o mundo. É por meio das idéias que concretizamos um pensamento e
construímos mecanismos de análise, administração e cálculo. Seja a partir de
impressões íntimas e intuitivas ou determinadas pelo ambiente enraizamos noções
de interpretação e de como aceitar fatos e histórias. Criamos nossa noção de
vida a partir do que lemos, ouvimos e aprendemos. Logo se temos oportunidades
de estudo, teremos conseqüentemente, oportunidade de criar nossa própria
individualidade, identificarmos nossas próprias atitudes e alterá-las,
vinculando com o que nos parece mais correto.
Vivemos, no entanto a crise de
que tudo que poderia ter sido inventado e feito já foi realizado, findando as novidades
e relativizando que a modernidade é tão somente a reformulação do passado. Mas
será que as formas de ver e interpretar o Mundo se extinguiram? Não haverá nada
para ser feito ou criado? Viveremos a partir de hoje sobre o que já existiu? O
passado e sua constante reinterpretação; é isso o que nos resta?
Estaremos hoje num momento de
crescimento ou de perda de horizonte? Essa situação apenas perpetua a forma de
ver e lidar com a vida de modo compulsório e tradicional. A própria existência
dessa dúvida parece anular as novidades. A preocupação com tentar fugir do que
já existe nos impede de avançar. Existem sim fatores biológicos que determinam
grande parte da potencialidade humana, mas seu maior poder esta na forma como
se vê a vida e se interpreta suas variantes. O pensamento de ser sempre alguém
que apenas recebe ordens de outro acima compõe algo ultrapassado. Não é
necessário mais haver a necessidade que eduque as massas subjugando-as, tachado-as
e classificado-as.
Todos nós temos um jeito pessoal
de lidar com a vida, adotando hábitos e costumes aprendidos que podem até certo
ponto definir alguma liberdade. A escolha de seguir caminhos pré-determinados
já não nos pertence mais. Se encontrar e fomentar a própria individualidade de
modo realmente impar é um desafio. Por bem da verdade ainda não se sabe bem o
que somos, mesmo tendo a história a nosso favor. Sentir-se num quarto escuro.
Ficar com raiva da situação ou se embebedar com pensamentos morticidas não
ajuda.
Ao iniciar a tentativa de criar
um modelo de vida próprio a sensação inicial pode ser semelhante a trabalhar numa
escavação durante muito tempo e não obter nenhuma novidade, nada do que foi
pensado inicialmente foi alcançado. Viver a constante auto-observação e
fustigação não garante resultados instantâneos. No início as respostas vem aos
poucos.